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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O desconhecido universo das cobranças na conta de celular


O consumidor brasileiro paga a conta do celular, mas não sabe como as operadoras cobram as tarifas. É o que comprova uma pesquisa da consultoria Ernest Young realizada em 12 países. No Brasil, 37% dos usuários de telefonia móvel acham complicada a leitura da fatura. O desconhecimento inibe o uso dos serviços oferecidos, além de aumentar as queixas de cobranças indevidas nos órgãos de defesa do consumidor. Para tornar as tarifas de celular mais fáceis de compreensão, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vai rever a regulamentação do sistema de telefonia móvel (leia a matéria completa na edição impressa do Diario desta segunda-feira).

O diretor de consultoria da Ernest Young, Rafael Franchini, diz que a desinformação do consumidor tem um pouco de desconhecimento. Mas reconhece que existe falta de clareza na taxação dos serviços. Ele destaca que o Brasil passa por um processo de transição e evolução da telefonia móvel. “Neste cenário de mudança, existe a migração de usuários do plano pré-pago para o pós-pago, e as empresas não estão atentas ao comportamento das pessoas.”
O representante comercial Waldir Gomes, 64 anos, se queixa da cobrança de um serviço considerado por ele “desconhecido” na fatura do celular. Ele paga por mês entre R$ 280 e R$ 300 e discorda do valor de R$ 59 lançado na conta. “O brasileiro é acostumado a pagar as contas e não tem a curiosidade de olhar o que está pagando. Eu quero saber se usei o serviço. Reclamei e a empresa não resolveu. Fui ao Procon para ter o meu dinheiro de volta”, diz.

O coordenador geral do Procon-PE e autor do blog De Olho no Código, José Rangel, confirma o aumento de reclamações relacionadas às dúvidas sobre cobranças de serviços. O número de queixas registradas contra operadoras de telefonia móvel quase dobrou. Passou de 2.666 em 2011 para 4.774 em 2012. “É fato que existe a desinformação do consumidor. As faturas são complicadas principalmente quando o plano oferece mais serviços. Mesmo quem usa o pré-pago tem dificuldade de compreender a conta.”
Rangel destaca que os órgãos que compõem o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (Sindec) reivindicaram à Anatel que sejam feitas modificações nas contas de telefonia celular para trazer maior clareza para o usuário. “As mudanças são importantes, porque a conta mais simples e clara é um direito básico de informação do consumidor.”
A Anatel já se movimenta para submeter a consulta pública a revisão do regulamento do serviço móvel de telefonia no país. Entre as modificações propostas, está a criação de mecanismos para tornar mais fácil a comparação entre os planos ofertados no mercado. Existe a percepção do órgão regulador que as operadoras precisam melhorar a descrição das suas contas e padronizar os seus produtos.
Enquanto as novas regras não entram em vigor, a agência orienta que o usuário esgote todas as suas dúvidas em relação ao serviço contratado e exija de sua operadora as explicações detalhadas. Em caso de dúvida, o órgão regulador recomenda que seja acionada a central de atendimento da operadora. Se não houver solução, pode ser registrado o problema na Anatel.
Fonte: Diário de Pernambuco

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