O
decreto de luto oficial de três dias em todo o país devido às 231
mortes ocorridas no incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), foi
publicado na edição do “Diário Oficial da União” desta segunda-feira
(28).
“A presidenta da República, no uso das
atribuições, [...] declara luto oficial em todo País, pelo período de
três dias, contado a partir da data de edição deste Decreto, em sinal de
pesar pelas vítimas do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, Rio
Grande do Sul”, diz o texto. O decreto entrou em vigor na data de sua
publicação, nesta segunda-feira (28).
Durante o período de luto, a bandeira
nacional deve ser hasteada a meio mastro em todas as repartições
públicas, estabelecimentos de ensino e sindicatos.
O decreto presidencial nº 70.274, de
1972, que regula as normas do cerimonial público, prevê que, no caso de
falecimento de autoridades civis ou militares, o governo pode decretar
luto de, no máximo, três dias.
Dilma retornou ao Brasil às pressas
neste domingo para comandar, in loco, as ações do governo federal no
incêndio de Santa Maria. A chefe de estado brasileira participava desde
sábado (26), na capital do Chile, de um encontro de cúpula de países
latino-americanos e europeus.
Por volta das 14h, Dilma compareceu ao
Hospital de Caridade de Santa Mariax, onde visitou feridos do incêndio
na boate Kiss. Após passar pelo hospital, a comitiva presidencial se
dirigiu ao ginásio do Centro Desportivo Municipal, onde está ocorrendo o
reconhecimento dos corpos das vítimas da tragédia.
Dilma conversou com alguns familiares
que aguardam para fazer o reconhecimento dos corpos, mas, muito
emocionada, logo deixou o local sem falar com a imprensa.
Agenda cancelada
Ao ser informada por auxiliares, na
manhã deste domingo, sobre a extensão da tragédia no Rio Grande do Sul, a
presidente Dilma Rousseff mandou cancelar todos os compromissos do dia
previstos em sua agenda oficial em Santiago do Chile.
Segundo a assessoria da Presidência,
entre os compromissos cancelados por Dilma estavam encontros bilaterais
com os presidente de Argentina, Letônia e Bolívia.
Antes de embarcar de volta ao Brasil, a
presidente entrou em contato com integrantes do primeiro escalão para
determinar que todos os ministros ficassem de prontidão para auxiliar no
atendimentos às vítimas do incêndio e seus familiares.
De acordo com a ministra dos Direitos
Humanos, Maria do Rosário, Dilma também ordenou, direto do Chile, que
uma equipe de técnicos e peritos federais viajasse nesta tarde de
Brasília para o Rio Grande do Sulx para auxiliar nos trabalhos de
identificação dos mortos.
Em declaração à imprensa em Santiago,
Dilma chegou a chorar ao lamentar as mortes de mais de 200 pessoas no
incêndio da boate Kiss.
“Eu queria dizer à população do nosso
país e de Santa Maria o quanto, nesse momento de tristeza, estamos
juntos. E necessariamente iremos superar, mantendo a tristeza”, disse a
presidente com a voz embargada.
Repercussão política
Assim que começaram a circular as
primeiras informações sobre a tragédia deste domingo no Rio Grande do
Sul, uma onda de manifestações de autoridades, políticos e
personalidades públicas tomou conta das redes sociais e da internet.
O vice-presidente da República, Michel
Temer, foi um dos integrantes do governo federal que prestou
solidariedade às vítimas do incêndio pela rede mundial. Em nota oficial,
Temer relatou ter conversado com o prefeito de Santa Maria, Cezar
Schirmer, seu correligionário do PMDB, para transmitir seu “pesar” pelo
incidente.
“Todo o povo brasileiro se solidariza
nesta hora trágica com o Rio Grande do Sul. Por telefone, transmiti ao
prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer, meu pesar por este lamentável
acidente que retirou a vida de tantos jovens gaúchos. Expresso minha
solidariedade também aos familiares das vítimas”, escreveu.
Em nota aberta ao governador gaúcho
Tarso Genro, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB), afirmou estar
profundamente chocado com a tragédia de Santa Maria.
“Minha primeira reação é de dirigir-me
ao ilustre governador e, através de sua pessoa, manifestar ao povo do
Rio Grande do Sul, às famílias das vitimas e a seu governo minha
profunda solidariedade neste momento de sofrimento que ultrapassa as
fronteiras do seu estado e atinge e comove todo o povo brasileiro”,
disse Sarney na carta oficial. (G1)
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